Na América Latina, o Brasil lidera ao pensar no número de startups bem-sucedidas. Inclusive, existem dezenas de companhias pensadas localmente que se tornaram unicórnios, as famosas startups valoradas em mais de 1 bilhão de dólares.
No entanto, é sabido que estes casos de sucesso refletem uma minoria. Olhando o panorama geral, a maioria das empresas inovadoras que surgem com o propósito de ter um modelo de negócios escalável, disruptivo e repetível acaba fracassando. Mas, afinal, por que as startups falham? É exatamente tal ponto que será discutido neste artigo, que abordará as principais 10 causas de insucesso nestas companhias modernas.
Para muitos empreendedores, é evidente que uma startup representa uma companhia emergente com um modelo de negócios escalável. No entanto, as razões exatas para o fracasso de algumas startups permanecem um enigma para muitos. São problemas complexos de gestão de negócios? Insuficiência de recursos financeiros? O que realmente acontece?
Assim como existem sinais de alerta que indicam por que os projetos podem fracassar, há diferentes razões pelas quais startups podem falhar.
Começamos a nossa lista com a falta de recursos como uma das principais causas do fracasso de startups. Em grande parte destas novas empresas, há uma enorme limitação de fundos para contratar equipes e colocar em prática a visão almejada, ainda que existam investidores-anjo, por exemplo, já no início do processo.
Assim, torna-se essencial que os fundadores sejam extremamente criativos para alocar com sabedoria tal orçamento limitado, e, acima de tudo, que consigam atribuir o valor monetário disponível para atividades que possuem um maior ROI – retorno sobre o investimento. Quanto maior for a capacidade de direcionar os recursos de modo a agregar valor ao cliente e começar a ter ganho de mercado, mais fácil será não falhar.
Precificar adequadamente o seu produto ou serviço é um enorme ponto entre os desafios dos empreendedores. E, de fato, o problema nesta etapa pode ser responsável pela queda do negócio.
Apesar de querer ganhar uma fatia considerável de mercado, tendo preços competitivos, baixar demais o preço pode comprometer o seu ciclo operacional e acabar com a sua lucratividade. Sem contar com a perda de credibilidade. No cenário oposto, se não oferecer algo acessível e de valor para o seu cliente, acabará enfrentando problemas até mesmo a curto prazo, sobretudo com a concorrência. Se você deseja que a sua startup não falhe, encontrar o equilíbrio e acertar no modelo de precificação, pensando de modo individualizado, é a chave.
Principalmente de início, o segredo está em testar diferentes estratégias de preço e pensar a longo prazo. Por exemplo: uma margem de lucro baixa pode ser eficiente a curto prazo, para ganhar o mercado, mas não acompanhará as suas operações ao longo do tempo. Em paralelo, realizar um profundo estudo de mercado e do seu público-alvo fará toda a diferença a fim de definir o que seria viável ao longo de todo o seu ciclo de vida e até onde você pode crescer uma vez que o negócio engate.
A falta de mercado é outro motivo relacionado ao fracasso das startups. Muitas vezes, o empreendedor pode pensar que a sua ideia inovadora é maravilhosa, mas não há, de fato, um público disposto a comprá-la. Assim, o fato de não existir a necessidade de tal solução – ou um mercado muito pequeno – é um ponto de alerta máximo que deve ser considerado.
Quando os empreendedores validam o seu negócio com a opinião de amigos e familiares, é comum que este erro surja. Para evitá-lo, é preciso ir além do seu círculo de relacionamentos confortável e realizar um profundo estudo de mercado, vendo se há um real público que precisa do que você tem a oferecer e apoiaria o seu negócio – independentemente de relacionamentos prévios.
Outro dos motivos pelos quais as startups falham é a falta de pessoal adequado para seguir com a parceria. Neste caso, a amplitude vai além da equipe de colaboradores que atuará com o projeto em si, se expandido para os consultores e os investidores do negócio, de modo geral.
Compor o time adequadamente, inclusive, contribui imensamente para o sucesso de uma startup, visto que os funcionários devem estar alinhados com o propósito do negócio. Antes de tudo, eles precisam acreditar, se preocupar e se dedicar para construir a reputação da empresa no mercado; do mesmo modo que os fundadores devem criar um ambiente de trabalho positivo para tal. Em paralelo, os acionistas e investidores necessitam confiar no trabalho e estarem envolvidos a fim de acompanhar o progresso e ajudar a atingir os objetivos de negócio, a curto, médio e longo prazo.
Desde os primeiros passos de um empreendimento, uma das principais causas do fracasso de startups é o fato de a pesquisa realizada antes de introduzir um produto no mercado se mostrar insuficiente. Produtos que não atendem às expectativas podem criar inúmeros desafios nessa fase inicial.
Embora os custos não possam ser exacerbados de imediato e tal área, muitas vezes, acabe não sendo a prioridade, é fundamental dedicar esforços extras para que o produto agregue o valor suficiente aos clientes desejados e não tenha muitos erros. E isto é obtido quando se entende claramente o que se deseja ou precisa, e como você pode ir ao encontro do que é almejado – por pesquisa e envolvimento intencional do cliente. Caso contrário, não importa o quanto gaste em marketing: ficará cada vez mais difícil convencê-los com a repercussão negativa que pode haver sobre si logo que o produto chega no mercado. Os resultados precisam ser reais!
O sucesso de uma startup depende muito do timing – que consiste em garantir que o seu lançamento chegue ao mercado no momento certo. Por isso, um dos grandes desafios dos empreendedores é encontrar a hora perfeita para tal.
Desta maneira, pense bem se a sua proposta vai ao encontro das necessidades do momento. Será que você se atrasou no lançamento do produto e um concorrente passou na sua frente? Ou está se antecipando demais, e seja melhor esperar? Avalie cautelosamente o cenário antes de dedicar esforços exacerbados no timing errado. Por mais que você tenha um plano de negócios bem montado e a melhor equipe possível, a startup poderá fracassar se o momento mercadológico não for o adequado.
Um planejamento eficiente é o cerne para a gestão de negócios. É por isso que um dos motivos para o fracasso empresarial é a falta de um plano de negócios sólido. Quando uma startup, desde o princípio, consegue trabalhar com qualidade sobre este documento, ela tem o aporte ideal para verificar se, realmente, o valor vitalício de um cliente supera o seu custo de aquisição de clientes (CAC). O que é fundamental para o sucesso e a lucratividade ao longo do tempo.
De modo geral, se o seu plano de negócios já mostrar, de imediato, que o CAC é exacerbado, é preciso repensar a abordagem, visto que será muito difícil escalar e ganhar a confiança dos investidores. Portanto, dê o devido valor para esta etapa e garanta que ela seja feita com cautela e baseada em dados reais, a partir de uma ampla e fiel análise de mercado. Além disso, como o plano empresarial bem definido é amplo, ele contribui para a prevenção do fracasso de uma startup de modo global – já que envolve áreas financeira, operacional e de marketing, então jamais deixe de considerar!
Qualquer que seja o nicho, por conta do sistema capitalista, é normal ter empresas competidoras. Entretanto, o fato de o mercado já estar muito competitivo é outra das principais causas do porquê as startups falham.
Se não houver uma diferenciação clara na proposta da nova companhia, pode ser extremamente complexo crescer – visto que a fase inicial é a mais complicada. Neste caso, vê-se que o custo de aquisição dos clientes pode se tornar elevado demais para ser sustentado, sobretudo quando os recursos financeiros são escassos. Deste modo, se o seu objetivo é entender as razões para o fracasso, de modo a minimizar os riscos, atente-se à concorrência e tente vir com uma proposta mais autêntica.
As startups falham por inúmeras razões, mas considerando as demandas atuais, o branding pode ser uma delas. Por mais irrelevante que possa soar para alguns, a identidade, o valor, o design, o posicionamento, e outros elementos que envolvem o branding, são realmente determinantes para o sucesso de uma startup. Pois o conjunto de tudo isso representa muito mais do que um simples logotipo ou um nome.
Só de olhar para uma logomarca, por exemplo, os clientes devem ser capazes de traçar paralelos entre o produto ou solução e os valores da sua empresa. Exemplos clássicos de branding de sucesso incluem empresas renomadas como Coca-Cola, Apple e Nubank.
Se você não quer ser outra das startups que falham, pense em nomes relevantes, que agreguem valor ao negócio; trabalhe em uma proposta focada na missão, visão e valores da sua companhia; e reflita isso em todas as abordagens da marca – seja ao firmar o logotipo, o tom de voz que será adotado e mais. Em todo caso, o segredo está em jamais menosprezar o poder do branding!
Na busca pela prevenção do fracasso ao ficar longe dos erros de startups, uma atenção especial deve estar voltada ao marketing. Normalmente, pensando neste assunto, a falha das startups vem quando a pesquisa de mercado não é bem realizada (ou interpretada), os recursos são investidos de modo errôneo e os benefícios não são enfatizados com assertividade nas suas mensagens.
Muito mais do que se preocupar em dizer que determinado produto foi lançado, pense no cliente. O que ele realmente quer ver? Qual foi o seu feedback recente? Como é o seu comportamento em relação ao mercado? Em quais canais ele está presente? Quais benefícios realmente fazem diferença para si, considerando a sua oferta?
A partir disso, comunique o que tem a oferecer, mas sempre tendo em mente o que é relevante para o consumidor. Caso contrário, a tendência é que os seus esforços de marketing levem ao insucesso da sua startup, não trazendo retorno a longo prazo.
Quais são alguns indicadores comuns que podem sugerir que uma startup está caminhando para o fracasso?
Alguns indicadores comuns que podem sugerir que uma startup está caminhando para o fracasso são:
Falta de recursos;
Falhas na precificação;
Dificuldade em encontrar um mercado;
Problemas com parcerias de negócio;
Falha no processo de pesquisa;
Problemas de timing;
Ausência de um plano de negócios sólido;
Saturação no mercado;
Branding irrelevante;
Fracasso nas campanhas de marketing.
Como as startups podem usar o conhecimento das principais causas do fracasso empresarial para evitá-lo?
As startups podem usar o conhecimento das principais causas do fracasso empresarial para planejar e implementar medidas preventivas e estratégias robustas desde o início. Ao reconhecer e agir de acordo com os sinais de alerta, tais companhias podem dinamizar de forma adequada, garantindo a sua resiliência e adaptabilidade em um ambiente de negócios dinâmico.
Existe uma fase específica no ciclo de vida de uma startup onde ela é mais suscetível ao fracasso?
Existe uma fase específica no ciclo de vida de uma startup onde ela é mais suscetível ao fracasso, que é a fase de desenvolvimento. No ciclo de vida de uma startup, este estágio é complexo e agrega altas probabilidades de fracasso. Por isso, os 5 primeiros aniversários de uma companhia são cruciais para determinar a sua viabilidade.
Qual é a porcentagem de falha das startups?
Conforme dados de pesquisas recentes, a porcentagem de falha das startups pode chegar até 90%. No primeiro ano, este valor tende a ser reduzido (cerca de 10%), chegando a 70% ou mais até o quinto aniversário da empresa. Ainda, dados do Sebrae mostram que 70% das startups brasileiras falham antes de completar 20 meses e metade dessas empresas não têm qualquer resultado.